Por Thomaz Antonio Barbosa
Indigesto, mas necessário, é assim que a esquerda pode considerar o encontro de Lula, presidente eleito do Brasil, com Arthur Lira, presidente da Câmara dos Deputados.
Apesar das assessorias de imprensa dos dois personagens não se manifestarem sobre o teor da conversa, não é difícil deduzir o que as antessalas do poder apontam.
Lira tem o que Lula precisa, este, aquilo que o outro anseia.
Sem base na Câmara para aprovar a PEC da transição, o presidente eleito da República necessita do deputado para resolver essa questão.
Almejando a a reeleição para a presidência da Casa, Artur Lira precisa do apoio de Lula para conquistar os votos necessários para refazer seu mandato.
Como o PT não tem base para uma coisa nem para outra, a união deixa de ser Indigesta e passa a ser a única possível, diria que a necessária para o Brasil tentar construir uma nova rota em cima dos mesmos trilhos.
Imagem: André Stucker / Divulgação
Do ponto de vista político, no aspecto da governabilidade, a conversa faz parte de estratégia. Aqui está mais um sinal da inteligência de Lula ( inter+legere, do latim, aquele que sabe ler por dentro, desprendendo e prendendo as partes de um todo político, das relações políticas, neste caso específico).
Exato.