O presidente eleito do Chile, Gabriel Boric, é um ex-líder estudantil de 35 anos que fez sua campanha calcada no discurso da “esperança” e defendendo representar o anseio por mudanças, com a promessa de fortalecer um estado de bem-estar social no país.
“Representamos o processo de mudança e transformação que se aproxima, (mas) com certeza, com a gradação necessária”, disse certa vez, durante a campanha, com a intenção de afastar o temor de que sua eleição poderia significar o início de um período de caos.
Boric tem, como ele define, “um farol que ilumina uma ilha deserta” tatuado em seu braço esquerdo e relaxa com a leitura, mas sua vida real é a de um ativista de esquerda. Foi em sua cidade natal de Punta Arenas (sul), às margens do Estreito de Magalhães, onde este político começou a sonhar com este modelo de bem-estar para o seu país.
Boric disputou a presidência do Chile com a idade mínima exigida e foi o mais novo dos sete candidatos na disputa pela sucessão do conservador Sebastián Piñera. Ele será o mais jovem mandatário chileno da história. Sua candidatura representa a coalizão “Aprovo Dignidade”, que reúne a Frente Ampla e o Partido Comunista.
Sua maior crítica à democracia após a ditadura de Augusto Pinochet (1973-1990) é ter continuado com o modelo econômico liberal que deixou uma classe média e baixa endividada para pagar a educação, a saúde e a previdência privada.
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Imagem: Martin Bernetti / AFP