Por Thomaz Antonio Barbosa
O ensino aprendizagem formal é, basicamente, um processo de interação escola-família, onde o resultado está ligado ao desempenho dos dois. No caso do Brasil de hoje, especificamente o Amazonas, seria fracasso, decorrente do despreparo de ambos.
Sem nenhuma preparação, de súbito, os profissionais da educação e família de estudantes se viram obrigados a fazer uso da tecnologia da informação para essa troca de conhecimento. De parceira essencial a modalidade virtual se torna inimiga de pais, filhos e educadores, propulsora do mais estrondoso fracasso escolar.
Professores que sequer sabiam enviar um documento por via interativa foram obrigados a usar o equipamento para realizar o seu trabalho. A pandemia do Covid-19 veio sacudir a ordem mundial e, antes de tudo, apontar erros, na velha sociedade moderna, que começam na saúde e se desdobram pela educação, em princípio.
FAMÍLIA
As famílias, principalmente as de baixa renda, que já sofriam para educar o filho com o provimento das despesas e o acompanhamento dos conteúdos, hoje convivem com um ingrediente novo que é a falta de conhecimento e de um aparelho móvel compatível, com capacidade de facilitar nas tarefas, bem como, internet disponível em casa.
O PROBLEMA DOS MIGRANTES
Situação mais difícil vivem os estrangeiros residentes ou refugiados em Manaus, pois além de sofrerem também todos os problemas enfrentados pelos brasileiros, têm um ainda maior: a dificuldade com a língua portuguesa. Segundo Ângela Serrano, venezuelana, mãe de aluno “as crianças já não gostam de fazer tarefa em casa, com mais esse empecilho o problema se agrava. Eles preferem a escola. Eu preciso traduzir tudo para, se entender, ensinar”, diz. Ela também se queixa pelo fato de não possuir um aparelho celular avançado, talvez a sua primeira dificuldade.
A SOLUÇÃO
Conversei com Lambert Melo , Coordenador de Comunicação da AspromSindical, segundo ele: “o ensino remoto, virtual é extremamente problemático nas camadas mais baixas, as que não são assistidas por uma politica educacional adequada pelos governos municipal, estadual e federal”.
O sindicalista acrescentou que “esses segmentos tem muito dificuldade de adaptarem ao ensino a distancia, ao ensino remoto, virtual porque para isso é necessário que haja uma estrutura que possibilite essa conectividade”. O que nos leva a crer que o governo precisa investir em tecnologias e disponibilizá-las também para as famílias, tais como, um aparelho especifico para esse fim, com farto acesso à internet.
Não se pode fugir da realidade, é imprescindível o uso de novas tecnologias na educação, mas para quem deixou faltar oxigênio nos hospitais da rede pública de saúde, por descuido e despreparo, em plena época de pandemia, dotar a comunidade estudantil de telefone celular com internet, ou qualquer coisa que se assemelhe, é esperar nevar no deserto do Saara. Seria uma estupidez delituosa, um insulto à ignorância de sua majestade, o governador do Amazonas, e à nossa inteligência.
Imagem: Nova Escola / Divulgação