Conversa com Thomaz

Apesar dos pesares os trabalhadores resistem

Por Thomaz Antonio Barbosa

Longe do glamour das últimas décadas do século passado, em tempos de pjotizaçào e uberização, a classe trabalhadora no Brasil resite. Os primeiros meses do atual governo ainda não servem de paradigma para um prognóstico sobre o futuro, todavia a metodologia com que trata a questão nos deixa mais serenos.

O momento agora não é de reflexão, sim de ação, de sair do limbo que os quatro anos de fascismo deixaram a economia brasileira e, consequentemente, o mundo do trabalho. O Brasil precisa produzir empregos, recuperar a mão de obra formal e com ela alavancar um país novo.

A equação é simples, emprego põe dinheiro no bolso trabalhador, que gera consumo, que gera novos postos de trabalho,  que geram tributos e riqueza para o país, o resto é dilema da economia e isso se resolve, controlar excessos é fácil, ruim é acabar com a escassez.

Porém,  tem um fator preocupante que é a representatividade dos trabalhadores, a fragilidade com que se apresenta o sistema de defesa das categorias. Os sindicatos se tornaram propriedades privadas, não se modernizaram, sucumbiram junto à economia do país, subsistem, são lucrativos, mas perderam o viés da luta, a força de representar seus segmentos.

Trazer a classe trabalhadora para o auge que viveu nas décadas de 1980 e 1990 talvez seja mais fácil do que tirar os sindicatos e as centrais sindicais da letargia que vivem hoje. Não há heróis nem culpados, o que se vê é um atraso generalizado de décadas no tocante à política sindical no país,  de quem faz e de quem pensa o mundo do trabalho em solo tupiniquim.

O atual movimento sindical representa bem a obsolescência da esquerda brasileira nesse período nebuloso da democracia, da economia e da resistência ao ultraconservadorismo. Não há muito o que comemorar neste 1° de maio, apesar do governo que se inicia, todavia, se não houver renovação do topo à base na vida do país a senzala é logo ali.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *