Conversa com Thomaz

Uma cidade mal tratada não é obra do destino

*Por Lúcio Carril

Eu parei de ir a São Paulo por mais de 20 anos. Me sentia muito mal com o número excessivo de moradores de rua. Voltei em 2014, para fazer uma pós-graduação, e o choque foi maior. Tinha aumentado a quantidade de moradores de rua, agora com o agravante das cracolândias.

MANAUS está seguindo esse caminho, tanto com o aumento de moradores de ruas, como de dependentes químicos que vagueiam pela cidade, já com a saúde mental agravada.

Enquanto essa catástrofe humana nos aflige, nos desola e fere nossa alma, a PREFEITURA empresta centenas de milhões dos bancos para fazer praça da bíblia, parque temático, festa gospel, etc.

O prefeito joga com a hipótese de enganar o Deus que ele diz acreditar, mas pelo que conheço do cristianismo, cristão como ele não chegará nem perto do “reino do céu”.

Não cuidar da sua gente é um crime capital.

O centro está tomado por moradores de rua, gente que precisa do amparo do poder público.

Fazer mirante e outras obras de embelezamento não retiram a imagem trágica de uma cidade desumana, com gente abandonada por uma gestão pública sem qualquer espírito de solidariedade, nem mesmo espírito cristão.

Manaus não é bem cuidada. Você pode até se enganar com as brigadas eleitorais pintando canteiros centrais, limpando onde nunca limparam, jogando asfalto de dois centímetros nas ruas, com a malha de grife do prefeito, mas você sempre será um enganado.

Não temos políticas públicas de amparo às pessoas necessitadas, tampouco sensibilidade para resgatar centenas de doentes mentais das ruas. É tudo muito frio, grosseiro. O prefeito vive correndo em maratonas, enquanto nossa gente corre atrás do que comer.

Nossa cidade pode ser mais bem cuidada. A gestão pública tem acúmulo de boas experiências que nos oferece uma enormidade de meios para fazer da cidade um ambiente de convivência com a natureza e o bem-estar social.

Estamos num ano eleitoral, de escolha do gestor de Manaus e de vereadores. Você pode escolher o futuro da nossa cidade. Vote com amor e com responsabilidade. Não se deixe levar pela futilidade e pela corrupção dos valores humanos e da boa gestão pública.


*O autor é Sociólogo

Imagem: Divulgação

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