Conversa com Thomaz

“Por que procuram entre os mortos aquele que vive?”

Por Jadir Augusto (*)

A passagem que dá título ao texto está na Bíblia, no Novo Testamento, no Evangelho de Lucas, capítulo 24, versículo 5, e relata a fala dos anjos às mulheres que foram ao túmulo de Jesus e ali não o encontraram.

Segundo o Livro Sagrado, era domingo, três dias após a sua crucificação, e aponta um dos novos significados da Páscoa: a ressurreição, a vitória da vida sobre a morte.

No sentido original judaico, Páscoa significa passagem e celebra a caminhada do povo de Israel pelo deserto, já liberto da escravidão no Egito. Em suma, é a sua libertação. O trecho também está escrito na Bíblia, no Antigo Testamento.

Para os cristãos, Jesus Cristo dá novo significado à Páscoa e suplanta o Antigo Testamento.

Enquanto a primeira parte da Bíblia descreve um Deus que é mais rigoroso, que pune, castiga, do “olho por olho, dente por dente”, o Novo Testamento aponta para o acolhimento, o perdão, o “dê a outra face”, para um Deus que simplesmente é Amor.

Contudo, mesmo observando a origem da palavra Páscoa, ela já nos remete ao sentido de passar, caminhar, andar; ou seja, movimentar-se, mudar de lugar… mudança.

Cristo trouxe uma nova prática e levou a sua boa nova de justiça, fraternidade, perdão, amor, aos que eram excluídos e criminalizados da sua época: pobres, mulheres, crianças, doentes, estrangeiros, deficientes, cobradores de impostos, prostitutas…

Esse choque de doutrina e comportamento, claro, contrariou os interesses dos falsos profetas e poderosos do seu tempo, que exploravam o povo, principalmente pela fé, a fim de manter privilégios.

O Emmanuel, por obras e palavras, começou a abrir olhos e corações de uma gente enganada e sofrida e isso levou-o ao seu calvário.

Hoje, no Domingo de Páscoa, festa maior do Cristianismo, conclamo a buscarmos o Ressuscitado entre os vivos, na pessoa do próximo, que tanto amou.

Que possamos ser mulheres e homens novos em Cristo Jesus de verdade.

Feliz Páscoa, a vitória da vida sobre a morte, que sempre prevaleça o Amor!

(*) O autor é cristão católico, administrador, professor e primeiro secretário da Associação dos Moradores do Bairro da Redenção (Manaus-AM).

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *