Conversa com Thomaz

terça-feira, 26 de março de 2024

Efraim Amazonas, o poeta das águas e os Poemas de Agosto

Por Thomaz Antonio Barbosa

Com enorme prazer recebi em nossa redação o filósofo, escritor, poeta premiado e compositor de belas canções, Efraim Amazonas. Com quatro livros publicados e a maturidade literária adquirida, e apesar de, ele ainda fala de seu trabalho com o olhar de um eterno aprendiz.

Quando perguntado sobre sua trajetória, que atravessa décadas, a resposta vem como se tudo tivesse acontecido na semana passada:

A minha primeira impressão aconteceu um fato interessante, em 1993, pela UFAM. Foi mandado 50 exemplares para a Bienal de São Paulo, foi esgotado. Em Manaus ganhou uma nota tímida, de rodapé, no jornal de Domingo. A partir daí fui convidado para a feira de Frankfurt, na Alemanha, para a obra de estreia foi bem interessante. Ao longo do tempo para mim se tornou meritório, é um elemento que trago com muito cantinho, que me motivo muito para prosseguir”.

Seu último trabalho, o livro “Poemas de Agosto”, está quase esgotado. Recentemente ele participou de um concurso nacional de poesia, promovido pela Editora Scorteci, onde seriam premiados escritores de vários estados para compor uma obra editorial única. Efraim foi o agraciado para representar o Amazonas com o “Poema Escuro”. O lançamento da Antologia com todos os selecionados, segundo ele, “está acontecendo agora em São Paulo

Sobre o mercado da literatura em Manaus e a questão de espaços para divulgação, Efraim nos disse que “temos um público leitor diminuto, e o de poesia ainda mais abaixo, bem restrito, tem qualidade, mas é restrito e os espaços para divulgação é uma coisa muito tímida, pontual, digamos que isolada”.

Em relação à questão editorial no Amazonas, sobre as dificuldades de editar um livro, o poeta acrescenta que “meu último livro, Poemas de Agosto, foi editado em São Paulo, onde os valores monetários são bem inferiores. Com o advento da internet, abriu o acesso, tornou mais fácil editar, foi quebrada a centralização e o monopólio de alguns editores locais. O custo caiu drasticamente, espantosamente”.

Carreira musical

Lieratura à parte, é hora de falar de música, o que ele faz com a desenvoltura que lhe é peculiar. Rumo à consagração nacional ele alfineta, “em Manaus estamos em uma gaveta”, todavia não se atém às críticas, retornando à pauta:

Tenho uma música gravada no mercado nacional chamada Bem Perto do Fim, em parceira com Miguel Zamba, cantada por Nêgo, interprete da Império Serrano; tem mais duas com Maninho Jorge, que são Palco Molhado e Casa Vazia, gravada por ele mesmo, no Rio de Janeiro, haja vista, ser um compositor da Baixada Fluminense. No cenário estadual, Lucilene Castro e Márcia Siqueira gravaram Canção do Amanhã, outra com o parceiro Miguel Zamba; por fim, tem Canção de Luar, que fiz com Marinho Saúba, gravada pelo Fino do Samba”, disse.

Projeto futuro

Para o futuro, especificamente o ano de 2023, o poeta das águas Efraim Amazonas planeja festejar o aniversário de 30 anos do livro “Algum Verso”, para a comemoração ele antecipa que “estou escrevendo um livro a ser publicado nessa data comemorativa. Em Algum Verso a apresentação é do Doutor e Acadêmico Marcos Frederico Krüger; a contracapa do saudoso Arthur Engrácio; as orelhas do Antísthenes Pinto”.

Para finalizar a nossa conversa, ele pede licença para o que ele chamou de “um conselho para os candidatos a escritor”. Nessa hora Efraim respira e sentencia com a sabedoria de quem já percorreu os vários caminhos da poesia e da música, as veredas mais escuras e as avenidas mais iluminadas, ele disse: “Leiam!!!”

Livros

Algum verso, 1993
Engenharia do Tempo, 2000
Estação dos Espelhos, 2002
Poemas de agosto, 2020

Imagens: Redes Sociais / Divulgação

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