

Por Mary Jane Faraco de Andrade Lopes*
Existem poucos espaços de floresta nas cidades, além de tudo, mal explorados. Estou no Parque do Mindu, uma imensa reserva verde em Manaus, às nove horas e quarenta e cinco minutos da manhã de domingo, 17 de outubro de 2021. Quero aproveitar o que ainda existe de mata nativa urbana na capital do Amazonas, em meio a esse tapete verde criado pelas formigas

O Parque do Mindu é uma excelente área para se caminhar, um ótimo programa de lazer para a família. O estacionamento é amplo, tem uma academia e excelente café regional, utudo com acessibilidade, inclusive uma trilha de caminhada específica para cadeirantes que termina em uma praça no meio da floresta.

As pontes também funcionam como mirantes de observação das árvores, dos pássaros. O Mindu é um refúgio para as aves, que se alimentam e fazem seus ninhos, além do majestoso igarapé que dá nome ao parque, contrastando com essa beleza toda.

Poluição
Mas nem tudo são flores, lindo e preservado no Parque do Mindu. O igarapé sofre com a poluição. O lixo flutua e se aloja nas encostas, produzindo uma espuma tóxica e um odor terrível que exala da água contaminada.

As garrafas pets e embalagens de alimentos, de isopor, são a desgraça do ambiente. Creio que a responsabilidade social pelo descarte desses resíduos deveria ser dividida com as empresas que produzem esses consumíveis.
“Nesse trecho não há beleza, a menos que se feche os olhos e escute o barulho das águas descendo como fora outrora, uma forma de negar a realidade catastrófica, provocada pelo homem”.
Mary Faraco de Andrade
As empresas de refrigerantes, água e cervejas estão presentes em todo o lixo dos igarapés de Manaus. O liberalismo econômico só quer os louros da liberdade capitalista, o ônus eles transferem para o ESTADO. Não falo de intervenção estatal, porém na hora de assumir as responsabilidades de sua atividade econômica eles transferem para o ente público. Essa é a lógica do liberalismo, e isso precisa mudar!
Ecologia
Mas é domingo, estou em família, não quero passar uma imagem negativa desse pequeno refúgio de vida selvagem dentro da cidade de Manaus, de interação homem e natureza. Mostro como um lugar a ser visitado, pontos positivos, outros a serem corrigidos.

Critica?? Creio que não, uma sugestão, talvez, cunhada de um desabafo de quem entende que é possível a convivência do homem com a natureza, em harmonia, pelo menos com o mínimo de impacto negativo possível.
Todavia, o Mindu sobrevive, resiste, a extinção de parques urbanos, igarapés e nascentes representam o começo do desaparecimento da vida de algumas espécies nas cidades, comprometendo o futuro do homem e do planeta. É hora de preservar!
Imagens: Mary Andrade

* A autora é advogada trabalhista, representante do MATI no Amazonas
Boa tarde, Excelente. Palmas a essa advogada e escritora Mary Faraco. Compactuamos do mesmo pensamento em relação ao que foi dito nessa matéria sobre o Parque do Mindu. Visitei o espaço há alguns meses e me surpreendi, negativamente, com a poluição do local. Ouso acrescentar que a coleta seletiva do lixo para reciclagem talvez reduzisse o problema. Mas é uma questão de educação coletiva . Necessário chamar atenção para esse assunto, enquanto há tempo de solucionar o problema. Torcendo para que haja essa conscientização.O Espaço ficaria bem mais atraente .boa tarde
Cara Claudia Bastos , agradeço sua leitura e sua avaliação, esse é o propósito, destacar a beleza do espaço chamando atenção da sociedade para a problemática do descarte inadequado de resíduos na cidade resulta nesse grave problema ambiental.
Um abraço, continue nos prestigiando.
Mary Faraco