Conversa com Thomaz

quinta-feira, 28 de março de 2024

Mortes por Covid-19 no Brasil era como se Santarém e Guarujá sumissem do mapa

Por Thomaz Antonio Barbosa

Como seria o Brasil se um furacão engolisse as cidades de Guarujá, com 322.750 habitantes, e Santarém, com uma população de 306.480 pessoas, e só restasse escombros, a dor das famílias ou a perplexidade de um ou de outro afortunado sobrevivente, em meio aos destroços?

Trazendo para a Amazônia, imagine que um avião  lançou uma bomba atômica sobre a mesma cidade de Santarém e a radiação atingiu Óbidos, Parintins,  Itacoatiara, Manacapuru e, em fração de segundos, estas cidades desapareceram completamente do mapa?!

É mais ou menos isso que aconteceu no Brasil com a pandemia do coronavírus.  Atingimos a triste marca de 600 mil mortes, isso catalogadas, sem levar em conta as subnotificações e os não notificados.

Para se ter uma ideia exata do holocausto brasileiro, a bomba atômica, lançada  sobre Hiroshima, matou 140 mil pessoas, Nagasaki foram 74 mil, o que equivale a mais ou menos um terço das mortes por Covid-19 no Brasil.

O maior acidente aéreo da história da aviação brasileira ceifou a vida de 199 pessoas, em um desastre que comoveu o Brasil e o mundo. Era o voo 3054 da TAM. Fazendo uma conta rápida, significa dizer que as 600 mil pessoas mortas pela Covid-19 em nosso país, equivalem a 3.016  aeronaves do tipo daquela do fatídico acidente.

O Brasil

O país chora seus mortos e pede que sejam responsabilizados os culpados pela negligência, descaso e negação da letalidade do vírus. É como se cidades inteiras do tamanho de Aracaju e Cuiabá sumissem para sempre ou capitais como Florianópolis, com 508.826 habitantes, fosse engolida totalmente e ainda precisasse de uma cidade menor, tipo Itaituba, com população de 101.395 indivíduos, para completar a triste estatística.

Morreu gente feito moscas no Brasil, sob o olhar indiferente das autoridades. O país foi transformado em um laboratório de experiências humanas e até agora as coisas ficaram somente no tom de conversa, de uma CPI que late mais não morde, enquanto as famílias atingidas e os sobreviventes choram a dor dos mortos e os seus próprios danos.

Há que se fazer alguma coisa,  há que se fazer justiça, essa conta não pertence ao povo, aliás,  ele é a grande vítima. Que se punam os culpados, que se combata o vírus, que se restabeleça a ordem e a pátria volte a viver em paz. É hora de reagir!

Imagem: Carolina Diniz / G1Am

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