Na opinião dos servidores da educação a atitude é no mínimo absurda e não condiz com a situação do Amazonas, que vive uma segunda onda da pandemia de COVID-19, coloca em risco à vida dos alunos e relega a comunidade estudantil ao segundo plano na questão da saúde pública no Amazonas.
Para redação do CONVERSACOMTHOMAZ.COM – (CCT) a professora Helma Sampaio – (HS), coordenador da ASPROM SINDICAL, além avaliar o decreto do governador Wilson Lima, condena com veemência a convocação para o retorno das aulas presenciais do ensino fundamental para 30 de setembro. Segue a entrevista:
CCT: Qual sua posição sobre as medidas do governador?
HS: Considero absurdo o decreto fechar sítios, bares, restaurantes, e o governador ao mesmo tempo convocar o retorno das aulas presenciais do Ensino Fundamental no dia 30 de setembro. É incompreensível.
CCT: O que a ASPROM pretende fazer em relação a esses fatos?
HS: Faremos uma Assembleia com a categoria, amanhã às 15:30, na sede dos policiais civis, no bairro de Petrópolis, vamos deliberar sobre o retorno do ensino fundamental. A nossa proposto é de dizer não a esse retorno (das aulas presenciais).
CCT: Como a senhora avalia as decisões do governador na questão Covid-19 para especificamente para a educação?
HS: Em primeiro lugar, o protocolo que eles organizaram, sem a participação dos professores, não atende as questões de saúde no ambiente escolar. Segundo, não entendemos como é possível fechar bares e manter as escolas funcionando como se alunos não aglomerassem. Terceiro, ele convocar o ensino fundamental para retornar às aulas presenciais é contraditório e inaceitável. Na realidade existem interesses escusos por trás de tudo, o governador precisa dar respostas aos fornecedores da SEDUC. São coisas que ele precisa explicar para a população.
CCT: O que mais a senhora entende que o governador precisa explicar?
HS: O caso das máscaras não foi esclarecido até hoje, precisa de uma investigação criteriosa; houve a compra de uma enciclopédia virtual BARSA por 18 milhões de reais, um gasto desnecessário nos dias de hoje, haja vista, que temos o Google, o Google acadêmico e tantas outras ferramentas de pesquisa. Recursos do FUNDEB estão sendo utilizados, por exemplo, na compra dessa BARSA, e precisa ser explicado e investigado. Ainda sobre o Covid-19, o que se vê são professores todos os dias sendo infectados, pais retirando seus filhos das escolas com medo de contaminação e o governador tomando atitudes desastradas, além de está gastando dinheiro público descontroladamente.
Segundo a Asprom Sindical são ao todo 107 escolas estaduais de ensino fundamental. A professora Helma Sampaio aproveitou para convocar a categoria para a Assembleia de amanhã, 25, às 15:30.