

Por Thomaz Antonio Barbosa
Em plena pandemia o governador do Amazonas, Wilson Lima, e o prefeito de Manaus, David Almeida, preparam os cofres públicos para duas grandes festas.
Faz menos de um ano que a população de Manaus morria asfixiada, vítima da Covid-19, por falta de oxigênio nos hospitais da rede pública e já vamos cair na folia.
Na conta do governador está o carnaval de rua, que volta a acontecer no Sambódromo, contrariando o protocolo de isolamento, o bom senso, a sensatez, o respeito às vítimas e os postulados da boa gestão pública.
Os hospitais ainda estão repletos de gente contaminada pelo Covid-19, lutando pela vida em condições adversas; profissionais sobrecarregados, em duras jornadas, com pouco ganho e sem reconhecimento. Tudo isso não é suficiente para o governador do Amazonas perceber que não é hora de se fazer Carnaval.
Pelo lado do prefeito, a cota de gastos inclui dois réveillons, com direito à atração nacional das mais caras. O absurdo batendo em nossas portas, a realidade batendo em nossa face, em uma extremo falta de sensibilidade com a sociedade, com as vítimas e os envolvidos diretamente na pandemia.
Manaus foi a cidade do país que mais sofreu com o calpso provocado pela pandemia e a má gestão pública do problema; que ainda chora a dor dos seus mortos, que não está preparada para um novo pico, mas Sua Excelência, o prefeito David Almeida, acha que temos motivos para festejar.
O pior de tudo é que ninguém diz nada, o Parlamento que calado estava, calado está; o Judiciário não se manifesta, enfim, ninguém se ocupa em defender a população, um verdadeiro absurdo. Para acentuar ainda mais há uma massa que defende o desdém com o problema e o investimento nas festividades.
É hora de dar um basta nos desmandos do governador e do prefeito de Manaus. Saúde sim, desperdício não!