Apesar de ainda não ter sentado na cadeira para conversar de frente com a nação, Lula ainda tem mantido o tom do palanque. Assim como Jair Bolsonaro que passou quatro anos usando subterfúgios para não debater os problemas nacionais, o atual presidente também parece um candidato ainda em plena disputa.
Pelo menos é que contextua o artigo de Paulo Capelli, publicado no Metrópoles no dia de hoje, 26.01.23, tratando dessa questão o nosso site http://conversacomthomaz.com publica abaixo parte do texto do analista:
“Empossado há 26 dias, Lula tem repetido um grave erro de Bolsonaro nos quatro anos em que presidiu o Brasil. O de naturalizar, como chefe de Estado, o tom belicoso usado na campanha eleitoral.
Nesta quarta-feira (25/1), em agenda no Uruguai, Lula chamou Michel Temer de “golpista”. Esqueceu-se de que tem como ministra a também “golpista” Simone Tebet, que quando senadora votou pelo impeachment de Dilma.
Esqueceu-se de que tem como vice Geraldo Alckmin, também apoiador do afastamento da petista. Aliás: o próprio PSB, partido de Alckmin, foi favorável ao afastamento. Há, por sinal, uma extensa lista de políticos e partidos que apoiaram o impeachment e hoje integram o governo.
Lula parece ter esquecido, ainda, que a retórica belicosa foi fundamental para o esvaziamento de Bolsonaro, tanto no campo eleitoral quanto para dentro da classe política.
A própria eleição foi um exemplo disso: Lula venceu ao encabeçar uma frente ampla para derrotar Bolsonaro. Uma frente repleta de “golpistas”.
Aceitar na campanha o apoio de defensores do impeachment para, eleito, criticá-los é tapar os olhos para a atual composição do Congresso. Partidos de centro, como o MDB de Temer e Tebet, serão decisivos para a governabilidade”. O artigo na íntegra está disponível no link abaixo:
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