
O empresário do ramo do turismo, Leonardo Mendes, obteve o direito de cultivar a Canabis para fins medicinais, se tornando o primeiro amazonense a adquirir essa liberação. Ele conseguiu pelas vias legais, por meio de um habeas corpus, de 02 de julho deste ano, expedido pela 4ª Vara Federal Criminal da SJAM, específico para extração do canabidiol para uso no tratamento de ansiedade.
“O processo começou em dezembro de 2023, quando conheci o advogado, Dr. Lucas Curado, especialista em ações para cultivo da planta com fins medicinais. Depois disso fiz o curso, on-line; em seguida passei a ser acompanhado por um médico especializado no tratamento de canabis, também por um agrônomo que ensinou as técnicas de plantio. Então, o advogado deu entrada no habeas corpus”, disse Leonardo.
Para se cultivar a canabis parece mais simples do que se imagina, “a semente é comprada livremente em redes sociais, estufa, etc., o mercado está vendendo bastante, quem compra hoje é quem tem condições de renda, pois, elas são caras e muito melindrosas, morrem facilmente. Os cuidados são manter a estufa à temperatura de 57 graus, umidade de 70%, a luz em 50%, isso no processo de vegetação; para a floração, a luz deve ser aumentada para 100%. Além do mais, é preciso de fertilizantes, regar 4 vezes por dia, 18 horas de luz acessa e 6 horas, apagada”, explicou o empresário.
Covid-19
Segundo Leonardo Mendes, “tudo começou, após a pandemia do Covid-19 quando fui diagnosticado com transtorno de ansiedade. Os remédios não deram resultados, então fui para os tratamentos alternativos e descobri a canabis. Para me habilitar primeiro veio o laudo constatando a doença; depois o agrônomo deu a licença da quantidade, somente assim a justiça me autorizou cultivar de 53 plantas anuais”.
“O meu tratamento é feito por meio de óleo, extraído da flor, processado artesanalmente, em gotas, é sublingual, cinco em cada dosagem, três vezes ao dia”.
Leonardo Mendes
O canabidiol
O canabidiol é uma substância encontrada na folha da Cannabis Sativa, a planta da maconha, que, de acordo com pesquisadores, não causa dependência ou efeitos psicoativos. Tem sido usado como tratamento terapêutico em doenças como epilepsia, na dor crônica, ansiedade, fibromialgia e esclerose múltipla, porém, somente as síndromes convulsivas têm prescrição oficial.
Entretanto, questionamentos são levantados sobre os benefícios da cannabis, não especificamente à saúde, como também à indústria e ao sistema econômico, em detrimento às críticas sobre os possíveis perigos da autorização indiscriminada do plantio e da glamourização da maconha como uma cortina de fumaça para a liberação das drogas ilícitas no Brasil.
O empresário Leonardo Mendes ainda não produziu o medicamento, porém, já se adianta no processo de cultivo da canabis, com todo o amparo legal e conhecimento para transformação da tão discriminada planta da maconha em uma aliada da ciência no tratamento da saúde das pessoas. Assim, ele pretende resolver um problema grave, derivado de uma pandemia que o estado não soube e não quis cuidar.
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