Conversa com Thomaz

A unidade necessária para derrotar a extrema direta em Manaus

*Por Elson de Melo

Como nunca antes, a esquerda amazonense tem em suas mãos um cenário favorável para derrotar a oligarquia e a extrema-direita em Manaus. A pré-candidatura do ex-deputado Marcelo Ramos (PT) anunciado há poucos dias, aparece com 13,1% na pesquisa AtlasIntel, divulgada nesta sexta-feira, 26, empatado tecnicamente com os candidatos do PL E União Brasil.

O maior desafio agora é conseguir construir a unidade necessária para derrotar a extrema-direita em Manaus. A tarefa não é fácil devido parte dos partidos que compõem a esquerda no Amazonas, priorizarem alianças com setores da direita e outros tentarem apresentar candidaturas próprias para marcar posição nos debates. 

A história das últimas eleições, mostra que uma segunda ou terceira candidatura do campo político de esquerda, nunca conseguiu alcançar 1% de votos, isso é um fato que explica a necessidade da unidade plena dos partidos de esquerda para conseguir superar as candidaturas da direita e da extrema-direita em Manaus.

No cenário político nacional, a esquerda tem duas federações constituídas PT/PCdoB/PV e PSOL/REDE. Essas federações mais os partidos, PSB, Solidariedade e AGIR, construíram a unidade que levou Lula ao segundo turno em 2022. Isso mostra a força que a esquerda tem quando se une.

Sobre a Federação PSOL/REDE 

Em Manaus, o PSOL disputou duas eleições municipais com candidatura própria para Prefeitura, porém os resultados não são animadores; 2008 o professor Ricardo Bessa em uma coligação PSOL-PSTU, obteve 1.730 votos e um percentual de 0,20%. Em 2012 o PSOL coligou com o PSB. Em 2016 o professor Queiroz em uma coligação PSOL-PCB, obteve 6.841 votos e um percentual de 0,66%. Em 2020 o PSOL coligou com o PT e o resultado foi de 139 846 votos e percentual 14,52%.

Na mesma eleição municipal (2020), a segunda candidatura do campo da esquerda, o então candidato do PCdoB, Marcelo Amil (atualmente no PSOL), obteve 2.820 e um percentual de 0,29%. A terceira candidatura da do mesmo campo, Gilberto (PSTU) obteve 742 votos e um percentual de 0,08%.

Os resultados acima, mostram que a força da esquerda em Manaus, só aparece quando os partidos desse campo, conseguem a unidade. No atual cenário, uma segunda ou terceira candidatura no campo da esquerda, não vai conseguir melhorar o desempenho eleitoral dos partidos que optarem por esse caminho, vai fragmentar o campo, dispersar recursos e a militância.

O projeto de reconstrução do Brasil, passa pela compreensão dos dirigentes locais que a unidade do campo de esquerda é necessária para derrotar a extrema-direita que segue tumultuando as ações do governo que elegemos.

O presidente Lula está empenhado na consolidação dessa unidade, em São Paulo está no projeto Boulos Prefeito, em Belém ele está dedicando esforços para reeleger Edmilson Rodrigues ambos do PSOL. Nessa logica o PT vai seguir apoiando candidaturas do campo progressista que sejam viáveis e só lançar candidaturas nas principais cidade se o nome do PT seja também viável.
Em Manaus, o PT trouxe Marcelo Ramos para ser o candidato com esse perfil de viabilidade, uma vez que os nomes da esquerda que se apresentaram para disputar a indicação da federação, padecem da falta de densidade eleitoral para vencer o pleito. Agora, é hora de construir um arco de alianças que unifique pelo menos os partido e federações que levaram Lula ao segundo turno em 2022.

*O autor é militante do PSOL

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